O mundo das crianças de hoje não é mais como o mundo em que seus pais, tios e professores se formaram. A educação ofertada não contempla os desafios e as dinâmicas do amanhã. As novas formas de nos relacionar e de produzir em sociedade demandam, também, novas formas de aprender e ensinar.
Habilidades como autonomia, senso crítico, criatividade e a capacidade de resolver problemas são essenciais para as novas profissões e para uma vida saudável em um mundo com constantes transformações.
E como as instituições de ensino estão acompanhando - ou protagonizando - essas mudanças? A partir de metodologias ativas, nas quais o aluno é agente central do processo de aprendizagem, a partir de atividades práticas interativas - seja com o meio, objeto ou com os colegas. O professor passa a ter, então, o papel de tutor e no lugar de planejar aulas expositivas, definindo o que vai ensinar, passa a planejar o que o aluno vai aprender dentro de práticas que estimulam a criatividade, liberdade e o sentimento de pertencimento. Os conteúdos que antes assumiam o papel central no processo educacional, muitas vezes descontextualizados, passam a ser consequências no desenvolvimento de habilidade e competências.
Esse novo paradigma abre porta para o desenvolvimento de uma educação que gere impacto - na vida dos alunos e das comunidades em que estão inseridos.
Um exemplo: em um modelo tradicional, os alunos receberiam o conteúdo sobre as diferenças entre fala e escrita a partir de slides ou livro didático, com exemplos inventados ou retirados de obras canônicas, e fariam uma lista de exercícios. Já, em uma proposta criativa, os alunos poderiam ir a campo (neste momento, já são desenvolvidas habilidade no uso de metodologia científica) e coletariam relatos dos moradores e trabalhadores em situações reais do uso fala e da escrita. A partir do material levantado, realizariam o tratamento de dados (nesse momento outras disciplinas podem ser mobilizadas, para novamente, conceitos tradicionais serem aprendidos na prática) para uma análise crítica e real das diferenças entre fala e escrita. Por fim, a produziriam textos de gêneros específicos de cada uso e apresentariam os trabalhos entre os colegas de sala.
Mas com todas essas mudanças, como avaliamos os alunos? Uma das perguntas mais frequentes quando nos deparamos com novas maneiras de ensinar e aprender é justamente como aplicar as tradicionais provas. Diante de um processo de aprendizagem diferente, a avaliação também será repensada, mas no sentido de contribuir para a formação do aluno. Assim, as avaliações se dão de maneira continuada, em cada etapa dos projetos, identificando não somente os conteúdos mas as habilidades desenvolvidas.
Para o desenvolvimento de uma metodologia ativa é preciso, portanto, que essa maneira de construir conhecimento pelos alunos e professores ultrapasse o planejamento de aula do último. Afinal, as aulas, atividades e ferramentas devem permear toda a experiência de ensino envolvendo a concepção de disciplinas, o trabalho da direção e coordenação, a interação com os funcionários da escola, os pais, a comunidade e os alunos das demais séries.
Metodologias ativas de ensino estão sendo desenvolvidas em inúmeras iniciativas inovadoras em todo o país. Em escolas públicas e privadas, na cidade e no campo, com pouco ou muito recurso. O que todas elas têm em comum? A vontade de transformar o mundo.
Os vencedores Prêmio Professores do Brasil, realizado pelo Ministério da Educação, são exemplos de como a educação pode ser transformadora. Confira os vencedores de 2018 e inspire-se!
Por Carolina Jansen
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